Paraguai considera investir excesso de energia em cripto mineração

Usina de Itaipu deixa Paraguai em posição favorável na cripto esfera

A usina hidrelétrica de Itaipu está impondo um interessante dilema para o Paraguai: ela está gerando um excesso de energia para o país, porém, essa energia será utilizada para alimentar a indústria de cripto mineração ou para ajudar os necessitados?

Um negócio crescente

A Usina de Itaipu fica na fronteira entre Brasil e Paraguai, jogando energia para a Ciudad del Este, uma cidade situada entre Brasil, Paraguai e Argentina. Todo o excesso de energia fez com que a indústria da cripto mineração, particularmente Bitcoin e Ethereum, surgisse da noite para o dia, segundo o Guardian.

Um artigo publicado na segunda-feira ressaltou que alguns estão lucrando com o aumento de cripto mineração no país, alugando suas rigs por dinheiro, ou obtendo lucros por meio de suas próprias atividades de mineração. Contudo, outros acreditam que essa energia pode ser melhor utilizada em outro lugar. O artigo declara:

“Muitos argumentam que o Paraguai pode utilizar melhor sua abundância de energia hidrelétrica para ajudar a parte da população que, atualmente, vive em situação de pobreza. Segundo números do World Bank, o Paraguai possui o maior nível de desigualdade referente a posse de terras do mundo.”

Entretanto, com as pessoas atualmente lucrando com o “cripto boom” no país sul americano, se isso acontecerá, e como, ainda resta a ser visto. O empresário Gregorio Bareiro disse ao The Guardian que já existem milionários no ramo de cripto mineração do país.

Bareiro tem um negócio de aluguel, emprestando computadores a mineradores, juntamente com sua loja de aparelhos de refrigeração. Ele se deparou pela primeira vez com mineração de criptomoedas quando começou a construir unidades de resfriamento para rigs de mineração. Seu negócio emprega doze pessoas, e se baseia no aluguel de 750 máquinas. Ele disse ao Guardian que planeja expandir.

Tendo em vista que a malha energética do Paraguai não é equipada para lidar com o excesso de energia fornecido pela usina de Itaipu, eles vendem o excesso para o Brasil. Isso fez com que companhias estrangeiras, como a AWS Mining, que constrói mining farms em países com energia barata e abundante, estabelecesse operações no Paraguai.

Bareiro acredita que o “cripto boom” pode ser a resposta para os problemas de pobreza do país, declarando na entrevista que:

“Em 10 anos, a mineração gerará dinheiro suficiente para pagar a dívida externa do Paraguai,” completando que deseja que mais cripto negócios vão para o país.

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Investir em infraestrutura

Pessoas do cripto negócio, como Bareiro, querem utilizar o excesso de energia produzido pela represa e canalizá-lo em mais esforços de mineração, porém, outros acreditam que a energia extra deve ser utilizada nas instalações de manufatura do Paraguai. Esse grupo de políticos, donos de negócios e acadêmicos afirma que será mais benéfico assumir o controle das negociações acerca da energia gerada pela Itaipu em 2023, a fim de fazer com que isso aconteça.

O grupo acredita que isso pode gerar dois milhões de empregos, melhorando o PIB do Paraguai em até quatro vezes em relação ao número atual. Abrigar centros de dados de energia renovável para gigantes como o Google pode levar mais dinheiro ao país, que será convertido em hospitais e infraestrutura, segundo o especialista em desenvolvimento Miguel Carter.

No cenário atual, o “boom” em cripto mineração no Paraguai não parece estar diminuindo o passo. Desde janeiro de 2018, pequenos negócios relacionados a criptomoedas e mining farms têm se juntado para tirar vantagem do baixo custo em energia do país. A energia de Itaipu fornece tanto incentivo que alguns, como Bareiro, acreditam que ela atrairá mineradores da China e Argentina.

Se o Paraguai tiver vantagem nas negociações sobre o potencial energético de Itaipu, eles deverão planejar com cuidado o que virá a seguir.

Fonte: CryptoSlate