Parceiro bancário da Tether está supostamente envolvido no caso Odebrecht

Tether e Odebrecht se cruzam, indiretamente

Autoridades brasileiras solicitaram a ajuda das autoridades de Bahamas para investigar transações suspeitas feitas para o Deltec Bank & Trust – o novo parceiro bancário da controversa stablecoin Tether (UDST), recentemente anunciado –, relatou O Globo.

Conforme relatado, o Ministério Público Federal está investigando Paulo Vieira de Souza, ex-diretor da companhia de infraestrutura urbana de São Paulo, Dersa. Paulo está sendo acusado de corrupção no caso Odebrecht, tido pela imprensa internacional como “maior caso de corrupção da história“.

O Globo explicou que o ex-chefe da Dersa transferiu 25 milhões de francos suíços (cerca de R$113 milhões) para contas offshore no Panamá, sob o nome de Nantes Group, aparentemente operadas pelo banco suíço Bordier & Cie. O próprio Paulo aparece como beneficiário destas contas.

Entretanto, a reportagem declara, o MPF suspeita que o Nantes Group não é o destino final da quantia a ser lavada. Em fevereiro do ano passado, a quantia foi transferida para contas do Deltec Bank & Trust, cuja sede fica na capital das Bahamas, Nassau — o mesmo banco que firmou recentemente uma parceria com a stablecoin lastreada pelo dólar, Tether.

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Paulo Vieira de Souza, ou “Paulo Preto”

Ainda de acordo com O Globo, o MPF agora aguarda uma resposta de oficiais das Bahamas para descobrir se a quantia mencionada realmente chegou até o Deltec Bank & Trust. O relato ressalta ainda que o Brasil colaborou de forma bem sucedida com as Bahamas em casos anteriores envolvendo lavagem de dinheiro.

A Tether anunciou sua parceria com o Deltec Bank & Trust Ltd. pouco tempo após encerrar sua relação com o Noble Bank International, de Porto Rico. O Noble Bank também mantinha contas da exchange Bitfinex, que partilha do mesmo CEO da Tether.

A problemática stablecoin constantemente é colocada contra a parede, através de rumores que alegam que ela não tem as reservas de dinheiro necessárias para lastrear seus 1,7 bilhão de tokens em circulação, em uma proporção 1:1 com o dólar – embora a legitimidade da moeda tenha sido confirmada de forma extra oficial, a empresa falhou em completar uma auditoria pública.

Anunciando sua parceria com o banco de Bahamas na semana passada, a Tether declarou que passou no processo de revisão do banco. Segundo sua equipe, o processo provou a habilidade da empresa de manter o pareamento com o dólar a qualquer momento.

Fonte: The Cointelegraph