Pesquisadores alegam que a Tron plagiou códigos de outros projetos

Pesquisadores da Digital Asset Research (DAR) descobriram múltiplos casos em que códigos de outros projetos foram copiados para o código base da Tron.

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Parece que os desenvolvedores da Tron copiaram partes do código Ethereum, além de outros projetos, e trocaram os nomes dos arquivos para tornar difícil a identificação da fonte do código. A DAR publicou um artigo no Medium sobre o plágio, além dos problemas técnicos e legais que podem afetar o avanço da mainnet da Tron. A empresa escreveu:

“Em 31 de dezembro do ano passado, o projeto foi inicialmente acusado de violar a licença GNU Lesser General Public License v3.0 (LGPL), pois não há menção que seu client, Java-Tron, é um derivado do EthereumJ, que é um dos primeiros arquivos Ethereum.”

A DAR ainda acrescentou:

“Embora o projeto tenha acrescentado depois a relevante licença LGPL à linguagem de 14 arquivos, nós descobrimos muitos casos em que o código copiou ou modificou ligeiramente o EthereumJ, ainda sem apropriadamente referenciá-lo.”

O site CCN falou com Lucas Nuzzi, da DAR, que forneceu a seguinte imagem para suportar as alegações de plágio, que segue um caso anterior em que a Tron foi acusada de supostamente tirar grandes porções dos white papers de outros projetos.

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Nuzzi disse:

“No trecho acima, desenvolvedores mudaram o título de algumas funções para esconder o plágio, conforme evidenciado em d4ad9c9. Não há razão válida para mudar a classe do EthereumJ ‘name’, por exemplo, para ‘dataBaseName’, a não ser para dificultar o rastreamento das semelhanças entre ambos os repositórios.”

Nuzzi explicou que, além das potenciais preocupações legais e éticas em torno do código plagiado, o código base agora também enfrenta problemas técnicos, o que pode se provar muito significativo.

“O problema é quando você reaproveita um código originalmente desenvolvido para um sistema de arquitetura completamente diferente, e não tem tempo suficiente para testá-lo completamente. Vulnerabilidades que não eram aplicáveis ao sistema original são agora aplicáveis ao novo. Plágio é ruim, mas a preocupação aqui se relaciona às vulnerabilidades desconhecidas que podem surgir quando você combina todos esses módulos. Não há nada errado em experimentar, mas a comunidade definitivamente deveria ajustar suas expectativas.”

Pesquisadores da DAR não foram financiados para pesquisar especificamente sobre o código base da Tron — o projeto é uma empresa de pesquisa focada em analisar ativos digitais para investidores institucionais, gerando receita de assinantes que pagam para ter acesso a materiais exclusivos que podem ajudar a informá-los se devem investir em projetos de criptomoedas, como Tron. Nuzzi afirmou:

“Meu trabalho é realizar profundas diligências técnicas para nossos clientes, o que envolve revisar todo o código base dos projetos que nós cobrimos, sendo o que eu fiz com a Tron. Boa parte de nossas pesquisas são exclusivas para nossos clientes, contudo, sempre que nós encontramos algo que pode beneficiar toda a comunidade, nós compartilhamos.”

Com a migração da mainnet pronta para ocorrer em 25 de junho, é possível que a Tron se depare com diversos problemas técnicos e legais, que impactarão negativamente a performance e sucesso do projeto. A equipe da Tron não respondeu imediatamente a um pedido por comentários sobre o assunto.

Enquanto isso, Nuzzi tem uma sugestão para a Tron — uma que eles podem copiar livremente, atribuindo ou não ao autor.

https://twitter.com/LucasNuzzi/status/1009072777641512960

“Se você acha que o lançamento da EOS foi caótico, espere até o lançamento da Tron daqui alguns dias… Eu revisei todo o código base da TRX. Meus olhos doem. Eles deveriam mudar o nome para ‘TRON: o Frankenstein das Criptos’.”

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Fonte: CCN