Tether toma o posto de décima maior criptomoeda do mercado

A controversa Tether se tornou a décima maior criptomoeda do mercado.

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Seu token, que a companhia alega ser lastreado pelo dólar americano em uma proporção 1:1, tem um histórico controverso na esfera das criptomoedas, e os debates sobre esta moeda representar um risco sistemático à indústria cresceram durante os 18 meses nos quais a capitalização de mercado da USDT inchou.

A empresa emite novos tokens quando possuidores de criptomoedas de larga escala, como fundos de cobertura ou exchanges, depositam dólares nas contas bancárias controladas pela Tether. Os tokens podem ser utilizados como “simuladores” de moeda fiat nas exchanges que não possuem relações com bancos, ou licença para armazenar moedas fiat em nome de seus clientes.

Ontem a Tether fez sua primeira emissão significativa de USDT em meses, criando 250 milhões de novos tokens para aumentar a capitalização de mercado em US$250 milhões. A emissão destes novos tokens, juntamente com a tendência de baixa geral que assola o mercado das criptomoedas, permitiu à tether tomar do token TRX, da Tron, o lugar de décima maior criptomoeda em capitalização de mercado.

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Segundo o site da companhia, a Tether guarda atualmente mais de US$400 milhões em suas contas bancárias de reserva, que foram autorizadas com a capacidade de emissão, mas não “tokenização”. Caso estes tokens atinjam o mercado hoje, a capitalização de mercado da USDT pode ser alçada acima dos US$3 bilhões, propelindo a Tether com força suficiente para ultrapassar a IOTA e se tornar a nona maior criptomoeda do mercado.

Contudo, críticos — alguns anônimos, outros não — acreditam que o token não é completamente lastreado por dólar, e que seus emissores frequentemente têm utilizado tethers sem lastro para manipular o preço do bitcoin. Essas alegações foram apoiadas por um relatório de 66 páginas publicado por pesquisadores da Universidade do Texas, que identificaram ações que podem ser associadas com este tipo de atividade nefasta.

Semana passada, o Freeh, Sporkin & Sullivan (LLP) — um escritório de advocacia fundado por três ex-juízes federais, contando ainda com um ex-diretor do FBI — publicou um relatório indicando a revisão das contas bancárias da Tether, tendo o escritório descoberto que a empresa estava guardando dólares suficientes para lastrear todos os seus tokens USDT — pelo menos até o dia 1 de junho.

De qualquer forma, o relatório não foi suficiente para satisfazer alguns críticos, que continuaram a questionar porque a Tether ainda não passou por uma auditoria formal. A empresa chegou a se aliar com a Friedman LLP para publicar uma auditoria completa, mas ambos os lados romperam os laços meses atrás sem prestarem maiores explicações. Desde então, o conselho legal da Tether afirmou que grandes auditores não trabalharão com companhias de criptomoedas.

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Fonte: CCN